Saturday, April 30, 2005

The Scream (The Cry)

The Scream - Munch, Edvard

Deambulo sonolento...
Encontro-me divagando por caminhos já antes percorridos!
Doem-me os olhos da luz que se ergue e se aproxima de mim.
Sofro por algo que desconhecia e me negara a mim próprio.
Confuso!? Talvez, mas certo do momento.
Na minha cabeça ecoam os pensamentos,
Aqueles que se tornam insuportáveis
E que me fazem gritar,
Num grito abafado pela minha covardia.
Dói-me a alma de tanto pensar em ti!
Recordo a cada segundo os momentos que passamos juntos,
Agonizando na tua ausência.
Contudo, sei que o dia em que nos separaremos está breve.
E breve será também a nossa despedida,
Para que a dor seja menor e vivida apenas por nós.
Continuo deambulando, agora entre as memórias...
E sofro, como jamais havia sofrido.

.:FP

Thursday, April 28, 2005

Queen of the Night

Black Tulip - Queen of the Night

Sentimentos negros aqueles que nos assolam,
Quando deambulando pela noite,
À procura de nós próprios,
Nos perdemos na sua imensidão!
Noite negra, gélida e impenetrável,
Rainha dos malditos e destes salvadora.
Em ti me resigno à minha infame existência
E das trevas vejo surgir com encanto
Aquela que me arrebata o fôlego!
Quão bela a negra silhueta que define,
Quão perfeito o rosto que apresenta.
Envolve-me em seu manto, de preto veludo,
Sussurando-me ao ouvido doces palavras de loucura!
Embriago-me com a sua voz suave
E me deixo levar pelo vazio da noite,
Querendo nada mais do que aquele momento perfeito!
Ao longe, largos feixes de luz rasgam as trevas.
Amanhece...
Partes! Desapareces nessas trevas das quais surgiste.
E eu fico só, rodeado pelo fino nevoeiro matinal,
Ainda atordoado, quase inconsciente,
Receando que as loucas palavras que me contaste
Sejam afinal a verdade.
Grande é o pesar de não conseguir, apesar de tudo, recordar-te.
Ficou apenas o sussuro, que ainda agora ouço,
Ecoando por todo o meu ser.
Elouqueço com a dúvida
Que tu, violentamente, em mim semeaste!

.:FP

Monday, April 18, 2005

Tempo...

Santarém

Se o tempo parasse, perdia-se a beleza...

Ou será que a beleza se manteria inalterada para sempre... inesgotável?

É verdade que o tempo dá forma às coisas recém-criadas e que molda as pré-existentes, mas será essa a modificação que nós queremos para elas?

Afinal de contas não é o nosso desejo último o de chegar a Criador, brincando a arquitectos do Mundo e dos seres que nele habitam?

Com o tempo tudo acaba e o único que fica é a verdadeira essência da existência, ou seja, a lembrança deixada e os feitos obrados.

O único que conta afinal é a beleza do que fazemos e a realidade que criamos para nós próprios, porque o tempo não pára e nada é eterno...

Parando o tempo, perdia-se a beleza?

.:FP

Wednesday, April 06, 2005

Homo sapiens sanguinus

Pois! Quem não me conheça que me compre...

Este será o início não sei bem de quê, mas logo se verá...

.:FP